É
um pregador eloquente e, muitas vezes, é capaz de comover o
coração
que jamais pôde ser comovido por qualquer outro, e faz derramar
lágrimas
a pessoas pouco habituadas a chorar. Dirige-se à inteligência, à
consciência e ao coração dos ouvintes, com argumentos que ainda
ninguém pôde contradizer, e não há coração que tenha ficado de
todo indiferente aos seus poderosos argumentos. Muita gente o odeia,
pois muitos têm tremido na sua presença; mas, duma ou doutra
maneira, obriga a todos a ouvirem a sua voz.
Não
é nada condescendente nem delicado. De fato, muitas vezes desmancha
combinações feitas e intromete-se bruscamente nos prazeres
particulares de cada um! Frequenta as lojas, os escritórios e as
fábricas; aparece entre os legisladores; também se introduz, em
ocasiões inoportunas, nos ajuntamentos religiosos. O nome deste
pregador é: A MORTE.
Sempre
que você pega um jornal, encontra uma parte que lhe está reservada.
Cada túmulo do cemitério lhe serve de púlpito. Muitas vezes se vê
o seu auditório encaminhando-se para o cemitério ou dele
regressando. O falecimento repentino daquele vizinho — a despedida
solene daquele parente — a perda daquele amigo tão estimado — o
terrível vácuo que deixou no seu coração a morte da esposa tão
querida, ou do filho amado — têm sido apelos solenes e poderosos
que o velho pregador dirigiu a você.
Pode
ser que em breve você mesmo sirva de texto para o sermão deste
pregador, e do meio de sua própria família, ou ao pé do seu
túmulo, ele pregue a outros... Que o seu coração agradeça a Deus,
neste momento, a sua permanência ainda na terra dos viventes, e por
você não ter, até agora, morrido em seus pecados!
Você
pode livrar-se da Bíblia; zombar de seus ensinamentos; desprezar os
seus avisos; rejeitar o Salvador de Quem ela fala. Você pode se
afastar dos pregadores do Evangelho, pois ninguém poderá obrigá-lo
a frequentar qualquer lugar de culto; você pode queimar este ou
qualquer outro folheto semelhante que venha a cair em suas mãos. Mas
como você se livrará do velho pregador de quem estou falando?
Homens
e mulheres prestes a morrer: pensem na perspectiva que vocês têm
diante de si! O tempo de vocês logo terminará — os prazeres em
breve chegarão ao fim. VOCÊS TERÃO QUE MORRER. "Aos homens
está ordenado morrerem uma vez, vindo depois disso o juízo"
(Hebreus 9:27). Peço a você, leitor, que pense bem neste fato. Por
que é que a morte tem que existir? Será por simples acaso que uma
criatura com tanto poder e competência, como o homem, tenha um fim
tão trágico e desonroso? Há uma única resposta para estas
perguntas; e, enquanto o pregador da antiga escola andar no seu giro,
ele se encarregará de dá-la. Escuta: "Por um homem (Adão)
entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte" (Romanos 5.12).
A
Queda do Homem não se trata de um simples dogma teológico; é a
medonha realidade da qual são testemunhas a história do mundo e a
nossa experiência. O pecado é a negra e universal realidade, cuja
presença traz a maldição sobre o mundo, e não apenas uma simples
palavra da Bíblia, usada pelos pregadores para amedrontar os
ouvintes. "Assim também a morte passou a todos os homens por
isso que todos pecaram" (Romanos 5.12). Leitor: estas palavras
também dizem respeito a você. Você é um pecador; você pecou;
sobre você pesa a sentença de morte. Um momento após a sua morte e
já lhe será sem importância ter morrido em um palácio ou numa
prisão. Mas a sua condição por toda a eternidade, se é de
infinita tristeza ou de suprema felicidade, isso dependerá do estado
espiritual em que você morreu. Se tiver morrido em seus pecados,
havendo desprezado o sangue purificador do Filho de Deus, sua
condenação eterna é certa. Todos os incrédulos terão a sua parte
"no lago que arde com fogo e enxofre; o que é a segunda morte"
(Apocalipse 21.8).
Qual
destas frases poderia ser escrita em seu túmulo: "MORREU SEM
MISERICÓRDIA" (Hebreus 10.28), ou "MORREU NA FÉ"
(Hebreus 11.13)?
“Oxalá
eles fossem sábios! que isto entendessem, e atentassem para o seu
fim!” (Deuteronômio 32.29).
“O
salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida
eterna, por Cristo Jesus nosso Senhor" (Romanos 6.23).
“Mas
Deus prova o Seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós,
sendo nós ainda pecadores” (Romanos 5.8).
O
pregador da antiga escola nunca falou com voz mais forte, ou em tom
mais solene, como falou pela morte de Jesus no Calvário. A santidade
divina não podia ter em pouca conta o pecado. O tremendo castigo da
nossa culpa — o salário do pecado em toda a sua realidade negra e
terrível — caiu sobre o Substituto inocente. Ele tomou o nosso
lugar na morte e condenação, para que nós tivéssemos o Seu lugar
de aceitação e favor perante Deus. Você poderá morrer sem ter
sido salvo, mas não morrerá sem ter sido amado.